Você já percebeu o quanto sua produtividade muda quando está com muito calor, ou quando sente muito frio? Conhece os impactos do conforto térmico no seu dia a dia? Se nunca observou a relação entre esses aspectos, é importante tomar conhecimento sobre esse assunto, pois ele pode estar impactando o seu dia a dia!
O que é conforto térmico?
O conforto térmico é um fator de grande atenção para escritórios e fábricas que buscam otimizar a produtividade de seus colaboradores. Seja qual for o local e o trabalho realizado, a sensação térmica influencia muito no bem estar e na satisfação de um colaborador.
A definição de conforto térmico está diretamente relacionada com a satisfação psicológica do indivíduo com as condições térmicas do ambiente, ou seja, depende das percepções e impressões que cada um tem acerca do que está sentindo. Isso fica claro quando observamos que, em um mesmo ambiente a uma mesma temperatura, tem quem esteja sentindo muito calor, e quem esteja sentindo frio.
Mas, apesar de se tratar de um conceito muito subjetivo, ele pode ser controlado de modo a oferecer uma condição mais confortável a todos. Isso se dá através do controle de alguns fatores relacionados à climatização.
Quais suas variáveis?
Para entendermos melhor sobre a condição ideal de conforto térmico no ambiente de trabalho, devemos olhar para as variáveis que influenciam nesse aspecto e, assim, saber onde devemos intervir para tornar o ambiente mais confortável.
Por se tratar de um conceito subjetivo, ele é influenciado por fatores ambientais e também fatores pessoais. Nos fatores pessoais temos a influência das vestimentas utilizadas pelo colaborador e da atividade realizada por ele. Além disso, esses fatores também englobam a posição, o nível de movimentação, o esforço realizado, etc. Porém, raramente é interessante atuar nesses pontos, visto que a padronização de uniformes é um item importante nas empresas, e intervir nas características da atividade pode prejudicar a produtividade.
Dessa forma, o preferível é que se interfira nos fatores ambientais, que são a temperatura do ambiente, a temperatura radiante, a umidade e a velocidade relativa do ar. Esses fatores influenciam diretamente na carga térmica presente naquele ambiente, e quando fora dos valores ideais, geram o desconforto que queremos evitar.
Segundo a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho, a NR-17, os valores ideias para ter um ambiente de trabalho confortável devem ser uma temperatura média entre 20°C e 23°C, com uma umidade relativa mínima de 40% e uma velocidade do ar em torno de 0,75 m/s. Porém, cada lugar possui particularidades que devem ser analisadas, para verificar qual a condição que melhor se adapta aos colaboradores, e que traga o melhor custo benefício para a empresa.
A importância do Conforto Térmico
Mas por que é tão importante analisar os níveis de conforto térmico nos ambientes de uma empresa?
O nosso corpo consegue se adequar a condições térmicas adversas, todavia essas condições impactam diretamente o nosso organismo. Como falamos, o conforto térmico de um ambiente é afetado por diversas variáveis (temperatura, umidade, velocidade do ar, entre outras). Estas devem ser analisadas e trabalhadas para proporcionar condições adequadas de trabalho aos colaboradores.
Dessa forma, o conforto térmico vai muito além de oferecer um ambiente adequado ao trabalhador, ele está diretamente ligado às condições físicas e psicológicas desses profissionais. Locais inadequados em relação ao conforto térmico afetam a produtividade e oferecem riscos sérios à saúde das pessoas.
Intuitivamente, visualizamos como uma situação de desconforto térmico um ambiente com temperaturas elevadas, em que todos estão expostos a uma grande quantidade de calor, gerando um estado de hipertermia nos trabalhadores, mas vale destacar que baixas temperaturas também são situações de desconforto térmico e devem ser avaliadas, pois causam ao corpo humano o processo de hipotermia.
Assim, exemplos de locais que atingem temperaturas muito altas, ao ponto de atingirem a produtividade e o conforto dos funcionários, são ambientes que contam com muitas máquinas de produção, tais como em fábricas de móveis, onde, comumente, setores como os de pintura geram quantidades de calor excessivas.
Consequências
O desconforto térmico gerado pelo excesso de calor ocasiona desidratação, fraqueza muscular, dores de cabeça, dificuldade de concentração, entre outras consequências. Além do risco à saúde, podem levar a condições de estresse e ansiedade. Já o desconforto gerado pelas baixas temperaturas dificulta a circulação sanguínea, gerando dificuldade na locomoção e um cansaço demasiado nos trabalhadores, podendo gerar quadro de perda de consciência em condições mais extremas.
Dessa maneira, analisar e atuar no grau de conforto térmico dos ambientes de fábricas, escritórios e outros ambientes laborais, impacta diretamente na satisfação dos trabalhadores com suas atividades, melhorando sua produtividade, bem-estar e qualidade das entregas, pois um ambiente confortável termicamente influencia diretamente nossas atividades intelectuais, físicas e perceptivas.
Além disso, vale salientar que a análise do conforto térmico no ambiente de trabalho também atua na redução de custos das organizações. Isso se da ao fato de que ela possibilita compreender melhor as condições e parâmetros térmicos atuais e ideais. Viabilizando o planejamento de ações e aplicação dos projetos de climatização, personalizados e exclusivos para aquele ambiente, falaremos detalhadamente desse aspecto mais à frente.
Ambientes laborais com conforto térmico adequado também reduzem o risco de acidentes, dessa maneira todos os aspectos supracitados jamais devem ser ignorados, pois são vitais para a excelência de qualquer empresa. Para garantir que eles não sejam negligenciados, existem normas regulamentadoras que especificam as condições térmicas ideais de cada ambiente de acordo com suas especificidades.
Regulamentações sobre o Conforto Térmico
Agora que compreendemos o que é conforto térmico, as suas variáveis, a sua importância e consequências no ambiente de trabalho, é essencial entendermos como são estabelecidas as condições térmicas ideais para cada ambiente e como se assegura que as organizações forneçam essas condições a todos os colaboradores.
Internacionalmente, a norma mais conhecida e utilizada para regularizar um ambiente termicamente confortável, contemplando os conceitos e exigências sobre a temática, é a norma norte americana ASHRAE 55 – Thermal environmental conditions for human occupancy (Condições térmicas ambientais para a ocupação humana), a qual regulamenta especificamente os aspectos de conforto térmico nos ambientes de trabalho.
Já no Brasil, não existe uma norma específica que aborde todos esses aspectos, tais parâmetros são explicitados em diversas normas. Uma das normas que contempla essa temática é a já citada Norma Regulamentadora 17, que discorre sobre a Ergonomia do trabalho.
Na NBR 16401, temos uma primeira parte que aborda projetos das instalações de ar condicionados e na segunda parte aborda os parâmetros de conforto térmico.
Climatização do ambiente
Após falarmos sobre todos os aspectos relacionados ao conforto térmico e as regulamentações que as empresas devem seguir para garantir o cumprimento dos níveis de conforto térmico adequados, é usual surgir o questionamento de como essas organizações trabalham as condições térmicas, de modo a adaptar o seu ambiente a condição térmica ideal e conforme as legislações vigentes.
Assim, para compreender o ambiente de uma fábrica ou qualquer outro ambiente em linguagens térmicas é primordial conhecer as restrições, características e equipamentos desses locais. Para que por meio de diversos cálculos e análises, como por exemplo, o de carga térmica, seja possível definir ações, equipamentos e instalações que devem ser realizadas para adequar o ambiente às necessidades, comumente uma dessas instalações são as de sistemas de ventilação e de ar-condicionado.
O estudo dessas questões é, portanto, definido como projeto de climatização. Este engloba a compreensão das variáveis e parâmetros do ambiente para definir ações e dimensionar as instalações que devem ser realizadas no ambiente da empresa.
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